quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Liberdade?

Aquele que falou em liberdade não sabia o que estava dizendo. Liberdade de pensamento é uma ironia curiosa da vida. Como ter-se liberdade ao saber apenas o que se sabe? Ao ver-se apenas o que se vê e viver apenas o que se vive? Como liberdade de pensamento ao ser apenas tu, e sendo tu não seres ele? Como liberdade conhecendo o que conheces apenas isso e nada mais? Como liberdade tendo uma história, tendo a ti? Como liberdade, se existes pelos outros, mediante os outros? Como liberdade sendo apenas o que eles veem, o que esperam? Como liberdade se tua vida nunca é apenas tua? Como liberdade, como?

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Parabéns André!

Muita gente me pergunta: Quem é teu melhor amigo? Pois bem, hora de responder. Meu melhor amigo briga comigo. Briga muito comigo. Tudo por que não atendo uma ligação dele, por que esqueci de mandar aquele maldito e-mail, Por que tenho uma fúria incontrolada durante três dias todos os meses, por que chego tarde em casa, por que não estou comendo direito, por que ando discutindo com os outros por aí, por que estou fazendo coisas demais, por que sou desobediente e tantos outros motivos. Meu melhor amigo me acorda fazendo barulho, ma batendo e chutando para fora da cama. Ele tira fotos e mais fotos em poses estranhas e ameaça por na internet. Meu melhor amigo me leva ao cinema depois de muito eu reclamar que ele só leva a namorada e os amigos dele. Meu melhor amigo me defende, até mesmo da minha mãe. Meu melhor amigo me entende só de me olhar e se zanga quando eu não falo nada. Meu melhor amigo diz que eu sou louca por ficar inventando amigos imaginários. Meu melhor amigo se interessa pelo meu dia. Meu melhor amigo já viu muitas das minhas lágrimas e já enxugou várias delas me apoiando no que tinha acontecido. Meu melhor amigo é o meu irmão. Sabe, eu sou uma garota muito sortuda por ter um irmão mais velho que se importa com o que eu sinto. E quer saber o que mais? Eu não divido com ninguém! Por esses e tanto milhões de motivos eu desejo o melhor do mundo pro irmãozão! E se fosse falar do que nós já passamos juntos, não teriam páginas para tanto enredo. Feliz aniversário André, obrigada por tudo mesmo. Amo você ♥

quinta-feira, 26 de abril de 2012

“Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro”. Clarice Lispector É, chega um momento que você estanca. Percebe que toda uma vida de confiança foi deixada levar por joguinhos estúpidos e pessoas mal intencionadas. De tudo que foi construído, só alguns tijolos poderão ser aproveitados. Com isso abalam-se todas as construções que já foram levantadas. Talvez você nem mais se reconheça. Só o percebe quando as pessoas ao seu redor o definem de maneira contrária ao seu pensamento. É assim mesmo? Sou assim mesmo?

segunda-feira, 26 de março de 2012

Sem título.

Não me lembro em que momento da noite eu adormeci. Os quentes raios de sol que adentravam por entre as cortinas semi-abertas refletiram em um espelho sendo projetados em meu rosto sem remorsos. Fechei os olhos com força e cobri a cabeça com os lençóis na tentativa de afastar a luz, mas um apito alto quebrou o silêncio do quarto de hotel. Desliguei o alarme com um tapa e me estiquei com relutância.
Depois de um banho e um café rápido, me sentei na cama do quarto olhando hesitante para a mala aberta no chão.
O que eu poderia usar?
Após mexer na mala toda por vários minutos, decidi por um vestido preto amarrado no pescoço por duas tiras finas, que chegava a alguns centímetros acima do joelho. Era algo sóbrio, apenas o que eu precisava. E, claro, meus amados saltos, nesta ocasião também pretos, adornados com uma fivela de prata delicada.
Eu me olhei no espelho e suspirei.
"Vamos pequena, você pode." Eu disse a mim mesma.
Deixei meu cabelo solto, as suaves ondas castanhas caíam até o meio de minhas costas. Passei máscara de cílios em meus olhos cor de chocolate e apliquei um pouco de gloss nos os lábios.
Suspirei novamente. Hoje era o grande dia.
Quando as portas do hall do hotel me mostraram a rua, um milhão de borboletas esvoaçou no meu estômago. O nervosismo, que até então tinha se esquecido de mim, foi diretamente para o meu estômago e eu quase podia começar a sentir náuseas.
Caminhei lentamente pela rua, evitei tomar um táxi porque precisava de ar fresco para me acalmar. Mas foi inútil, o nervosismo não me deixou. Debrucei-me contra um poste de luz para respirar profundamente, já que minha cabeça começou a girar. Eu tinha que me controlar, eu não podia chegar à minha primeira entrevista de trabalho nesse estado. Inspirei e expirei um par de vezes, enchendo meu corpo de coragem, o que eu supostamente não tinha, e continuei a caminhar lentamente rumo ao meu destino.
Não demorei a chegar.
O arranha-céu imponente surgiu ameaçadoramente diante de mim e um calafrio sacudiu todo meu corpo. Respirei profundamente mais uma vez para me acalmar e com passos firmes entrei no edifício.
O hall era enorme, tinha um balcão de informações a minha esquerda guardado por duas recepcionistas jovens com sorrisos perfeitos, com nenhuma falsidade. No fundo havia quatro elevadores: meu objetivo. Eu escolhi um ao acaso, pressionei o botão e enquanto esperava olhei ao redor. As paredes eram pintadas de um azul muito suave e enormes janelas que permitiam que os raios solares iluminassem o lugar, tudo era claro e arejado, dando um aspecto acolhedor.
O sino do elevador anunciou sua chegada me assustando e com passos vacilantes avancei para dentro. Apertei o botão que me levaria ao décimo quinto andar e me apoiei em uma das paredes para tentar controlar o tremor nas minhas pernas.
Uma mulher de meia-idade e um homem que parecia um pouco mais velho do que eu entraram atrás de mim.
"Oh!" Ela exclamou. "Esqueci alguns documentos no carro, vou buscar e me encontro com você em seu escritório".
O homem apenas acenou com a cabeça e sorriu ligeiramente. O elevador fechou suas portas e começou a se mover.
O homem começou a dar voltas impaciente, sorte que o elevador era enorme. Ela coçava o queixo e apertava a ponta do nariz sem parar. Ele parecia muito nervoso, e o seu nervosismo somado ao meu em um espaço tão reduzido seria uma bomba-relógio a ponto de explodir.
"Desculpe." Eu sussurrei, ele olhou para cima e seus olhos verdes encontraram com os meus. Por um momento eu esqueci o que ia dizer, mas rapidamente recuperei a compostura. "Poderia ficar quieto? Está me deixando histérica".
"Desculpe-me." Ele disse e baixou seu olhar para o chão. "Hoje é um dia importante e estou um pouco nervoso".
"Não é necessário que se desculpe." Sussurrei para mim mesma.
Ele pareceu me ouvir e sorriu docemente.
"Você também não parece muito calma." Ele disse com voz aveludada pousando os olhos em mim.
Eu ia responder, mas o elevador fez um movimento estranho e com um ruído incômodo ele parou. E de repente tudo ficou escuro.
Inconscientemente eu quase parei de respirar e me encostei mais à parede, me segurando como podia com as mãos, então me senti um pouco mais segura.
Poucos segundos depois, a lâmpada de emergência se acendeu e o pequeno cubículo foi inundado pela penumbra que essa luz suave proporcionava. Com o olhar busquei o meu companheiro de "viagem" e encontrei-o na parede oposta na mesma posição que eu estava. Se a situação fosse menos tensa eu teria dado gargalhadas.
"O que aconteceu?" Eu perguntei num sussurro.
"Eu não sei." Respondeu igualmente baixo.
Alguns minutos se passaram e nenhum dos dois moveu nem sequer um único músculo. Cansada de estar nessa posição e prevendo que a situação continuaria por tempo indefinido, eu deixei meu corpo descer lentamente até acabar sentada no chão. Flexionei os joelhos e os abracei escondendo meu rosto entre eles.
Passaram mais alguns minutos em absoluto silêncio, só se ouvia estrondo e gritos distantes através das paredes.
"O que você acha que aconteceu?" Eu perguntei em uma voz abafada.
"Suponho que tenha sido um apagão." Ele disse em um sussurro. "Aconteceu recentemente, o edifício está em obras".
Ergui a cabeça ligeiramente e o vi também sentado no chão na minha frente, me olhando com curiosidade e um meio sorriso nos lábios.
"Sabe? Eu acho que isso é um sinal." Ele murmurou.
Ergui a cabeça e olhei-o inquisitivamente levantando uma sobrancelha.
"Hoje eu ia pedir à minha namorada para se casar comigo." Ele explicou. "Não sei se isso seria um sinal para que não o faça".
Sorri amargamente.
"Eu não acredito em sinais." Eu disse sarcasticamente. "Na vida não há sinais, apenas imprevistos".
Os sinais ao longo da minha vida não haviam me servido de nada. Todas as minhas relações amorosas, com sinais ou sem eles, haviam falhado redondamente.
Ficamos em um silêncio confortável por mais um tempo. Tempo que eu levei para olhar mais o meu companheiro. Embora ele estivesse sentado agora, eu lembrava que ele era alto e musculoso sem excessos, tinha uma sombra de barba que não havia sido raspada esta manhã, sua pele era mais pálida do que a minha, embora tivesse um leve rubor nas bochechas, suponho que era pelo calor que fazia ali no momento. Calor que fazia algumas ligeiras gotas de suor escorrerem por sua testa, sobre a qual caíam alguns fios de seu cabelo úmido cor de bronze que era severamente desordenado dando um toque sexy.
Sexy?
Alice, aquela que tinha prometido a si mesma não voltar a olhar para um homem com segundas intenções disse que esse homem era "sexy"?
A verdade é que eu tinha que admitir... ele era, era diabolicamente sexy.
Seu corpo estava vestindo em um caro terno preto muito bonito, sem mencionar seus olhos verdes me olhando como se pudessem me perfurar. E seu sorriso... um sorriso torto malicioso como se ele soubesse o que eu estava pensando.
Oh merda! Será que ele percebeu que estava sendo avaliado?
Inevitavelmente meu rosto se tingiu de vermelho e um par de gotas de suor desceu pela minha nuca me fazendo estremecer. Eu estava morrendo de vergonha, ele seria capaz de saber o que eu estava pensando? Isso é impossível, estúpida! Na vida real as pessoas não saem lendo mentes por aí.
De repente comecei a sentir-me muito nervosa. Minhas mãos começaram a tremer, minha respiração tornou-se irregular e meu coração batia descontroladamente. Antes que eu me desse conta estava arquejando em busca do ar que parecia me faltar e segurava a barra do meu vestido com força.
Duas mãos fortes e macias me seguraram com firmeza pelos ombros e me chacoalharam suavemente. Eu abri meus olhos e outros de cor verde me olhavam com preocupação. Eu podia ver seus lábios se movendo ritmicamente, mas nenhum som chegava aos meus ouvidos, apenas os fortes suspiros saindo do meu peito eram capturados por eles.
Meu corpo tremia e se estremecia incontrolavelmente, estava no meio de um colapso nervoso, eu sabia, mas não sabia como pará-lo. Como do nada, lábios suaves pousaram nos meus e fiquei paralisada. Minha respiração parou e meu coração pulou uma batida. Um choque elétrico percorreu todo meu corpo causando um arrepio na minha coluna. Meus olhos se arregalaram e eu vi meu companheiro colado ao meu rosto com os olhos semicerrados. Minhas mãos, que antes seguravam meu vestido, agora seguravam seu paletó.
Ele se distanciou mais cedo do que eu desejava. Seus lábios eram macios e doces e pela surpresa do momento eu não pude prová-lo em todo seu esplendor. Minha cabeça começou a girar e eu percebi que ainda não tinha voltado a respirar. Voltei a segurá-lo, mas desta vez não foi por nervoso, era por necessidade.
"Por que não me disse que tinha claustrofobia?" Ele disse rindo.
"Porque eu não sabia, eu não costumo ficar presa em elevadores com estranhos que me beijam sem mais nem menos." Mesmo que esse pequeno contato tenha me encantado eu não deixaria que ele soubesse.
Ele riu um pouco e tentou se sentar ao meu lado, mas não conseguiu.
"Você pode me soltar?" Ele perguntou, sorrindo.
Eu olhei para minhas mãos e ainda estavam apertadas firmemente nas mangas do seu paletó. Ao soltá-las eu vi terríveis rugas causadas por minhas mãos e me envergonhei tingindo-me de vermelho novamente.
"Desculpe." Eu sussurrei, creio que demasiadamente baixo.
Agora ele se sentou ao meu lado, olhando para a frente. Eu me sentia mais calma, mas minha mente não parava de dar voltas para as sensações que eu havia sentido atravessando meu corpo quando os seus lábios tocaram nos meus.
"Desculpe." Ele sussurrou de repente. Eu olhei-o fixamente. "Por beijar você, um dia eu vi em um documentário que era isso, ou um tapa, e como você vai entender, eu não bateria em você".
"Agora está me provocando?" Eu perguntei sem saber muito bem o por que, a pouca distância que nós separava me deixava irremediavelmente atordoada.
"Eu beijei você." E seu sorriso torto reapareceu deixando-me novamente sem fôlego. "Eu penso que se pode provocar as pessoas que beijamos".
Eu sorri timidamente e encolhi os ombros. Se para ele essa justificativa era suficiente eu não rebateria. Que me provoque o quanto quiser, mas que volte a me beijar, por favor...
Afastei esses pensamentos da minha mente, tão óbvias como são minhas expressões, certamente ele perceberia em algum momento.
O calor tornava-se opressivo, o homem levantou-se e tirou o paletó e o deixou cair no chão diante de mim. Em um de seus bolsos podia-se ver que havia duas canetas, então eu, sem hesitar, lentamente peguei uma delas e prendi meu cabelo com ela. Ele me olhou sorrindo e eu voltei a dar de ombros.
"Você me beija e eu pego uma caneta sua emprestada." Eu disse presunçosamente.
Ele voltou a sorrir de lado e balançou a cabeça suavemente. Ele tirou seu olhar de mim e suspirou alto. Mordi minha língua para não perguntar o que estava errado... embora no fundo eu me interessava mais do que deveria.
Ele enfiou a mão no bolso da calça e puxou uma caixa de jóias de veludo vermelho. Ele abriu e me mostrou o conteúdo. Era um anel de ouro branco com um enorme diamante. Ao vê-lo, meu peito se encolheu em pensar que ninguém me daria nada que se assemelhasse a isto de qualquer modo.
"Eu tenho uma reserva para o "Bella Itália." Ele disse. "Custou-me um rim para conseguir, mas achava que ela merecia".
"Achava?" Eu não pude evitar que essas palavras saíssem dos meus lábios. Inexplicavelmente eu sentia muito interesse no homem sentado ao meu lado.
Ele deu de ombros e olhou para mim sorrindo.
"Os sinais estão aí para alguma coisa..." Ele sussurrou.
"Se você quer jogar sua vida fora apenas por ficar trancado em um elevador com uma estranha que te roubou canetas... você é quem sabe." Eu disse com indiferença.
Ele soltou uma enorme gargalhada enquanto olhava para mim.
"Você é estranha." Ele disse por fim, eu devo tê-lo olhado feio porque a sua expressão mudou e ele começou a explicar. "Não é no mal sentido... é que eu nunca conheci ninguém como você".
"Você não me conhece." Retruquei com frieza.
Outra coisa que a vida havia me ensinado a base de tropeços é que as primeiras impressões nunca são as certas, todo mundo esconde um lado obscuro, até eu mesma o teria.
Ele suspirou e ficou em silêncio olhando para algum ponto na parede oposta. Agora quem suspirou fui eu... talvez eu tivesse exagerado. Ele só estava tentando ser simpático e ter um tempo de diversão enquanto estávamos trancados.
"Desculpe-me." Eu sussurrei. Ele levantou a cabeça e olhou-me confuso.
"Não importa..." Ele disse. "Você disse a verdade, não te conheço... embora eu não me importasse de conhecer".
Olhei-o incrédula, ele estava tentando me dizer algo? Não podia ser... alguém como ele nunca olharia para uma garota tão sem graça como eu. Neguei com a cabeça vigorosamente enquanto murmurava.
"Se o fizesse se decepcionaria... no fundo eu não sou tão interessante" .
"Deixe que eu decida isso... ou melhor ainda." Algo brilhou em seus olhos enquanto uma idéia atravessava sua cabeça, "Por que em vez de eu jantar com Clara esta noite,você não vem comigo e nos conhecemos melhor?"
Olhei-o com surpresa estampada no meu rosto... ele não poderia estar falando sério.
"Quem é Clara?" Eu perguntei.
"É a minha noi... minha namorada." Ele sussurrou. "Ou pelo menos era até hoje".
"Outro dos seus sinais?" Perguntei levantando uma sobrancelha.
Ele riu com intensidade...
"Não, digamos que foi um imprevisto." Ele disse com um sorriso de escárnio.
"Eu não vou a esse jantar..." Eu disse, muito segura de mim mesma.
"Por quê?" Ele perguntou.
"Se os seus sinais lhe dizem para não ir com Clara, não vá, mas eu não sou o segundo plano de ninguém." Eu disse a ele de uma só vez sem parar para recuperar o fôlego.
Ele voltou a sorrir de lado e negou com a cabeça.
"O que você acha que é tão engraçado?" Eu perguntei friamente.
"Digo isso a você por experiência, ainda que pecando de soar arrogante." Ele disse. "Mas qualquer mulher mataria para ir a um jantar comigo e ainda mais para o Bella Itália e você... me rejeita sem mais nem menos, por simples orgulho".
"Não é só orgulho." Eu disse dedicando-lhe um olhar acusador. "E sim, você é muito arrogante".
Ele voltou a rir da minha cara... eu não o entendia. Eu nunca conheci um cara como ele. Era sexy... O que posso dizer? Era realmente muito bom e ele tinha esse coisa de bad boy que o fazia ser irresistível. Mas quando ele abria a boca perdia todo o encanto.
"Se não for por orgulho, por que é então?" Ele perguntou novamente.
"Você não é meu tipo." Eu respondi calmamente. "Nenhum homem é realmente o meu tipo. Na minha vida não há espaço para compromissos".
"Você é lésbica?" Ele perguntou de repente.
Eu fiquei paralisada e quase engasguei com minha própria saliva... eu, lésbica? Se eu fosse não estaria contendo a baba que teimava em cair cada vez que eu olhava-o por mais de dois segundos consecutivos.
"Eu nunca pensei nessa possibilidade." Eu disse baixinho.
"Então, qual é o problema? Por que você não quer compromisso?"
"Não é da sua conta." Minha voz se tornou fria e ameaçadora na superfície.
Aquele homem poderia me tirar do meu juízo só em abrir a boca. Se não fosse tão bonito eu teria o mandado para um lugar que eu conheço. Eu me levantei e comecei a andar em círculos para me acalmar. Eu não sabia se estava tão nervosa por ter ficado presa, ou por ter de compartilhar com o sexy arrogante... eu suspirei abatida enquanto meu olhar se perdia no teto e me apoiava em uma das paredes.
"Minha presença te incomoda?" Ele perguntou me surpreendendo.
"Enquanto você permanecer em silêncio eu posso suportá-lo." Eu disse em um tom neutro. Sem tirar os olhos do teto.
De repente, senti uma respiração quente no meu pescoço.
"Então me faça calar." Ele sussurrou em meu ouvido antes de beijar meus lábios rapidamente.
Eu fiquei tensa, mas ao invés de parar, ele continuou me beijando. Ele segurou minha cintura com firmeza e puxou-me para ele, senti seu animado sexo contra a minha barriga e, involuntariamente, um gemido abafado saiu pela minha garganta.
Sem entender muito bem por que, meu corpo respondeu a esse beijo e minhas mãos rodearam seu pescoço. Como não sei por quê? Ok, eu sei sim, porque o arrogante era muito bonito e só de olhá-lo eu ficava excitada.
Suas mãos acariciavam o pedaço de pele de minhas costas que o vestido não escondia e as minhas estavam emaranhadas em seus cabelos puxando-o mais para mim. Ele se afastou um pouco cravando seus olhos verdes nos meus.
"Vê como pode me manter calado?" Ele disse muito orgulhoso de si mesmo.
Eu agarrei sua gravata e num ímpeto puxei-o de volta para mim, batendo seus lábios nos meus novamente. Como ele beijava bem! Ele se movia com maestria contra a minha boca, sua língua úmida e brincalhona empurrando através de meus dentes e cuidadosamente me explorando. A minha não ficava muito atrás e juntas elas se enroscaram em uma batalha em que nenhum dos dois perderia.
Ele me apertou mais contra seu corpo, seu membro completamente excitado pressionou contra meu baixo ventre e, instintivamente, meus quadris se encaixaram nos seus. Ele deixou meus lábios para explorar cada centímetro da pele do meu pescoço. Suspirei pesadamente e mordi meu lábio inferior para evitar os gemidos.
Suas mãos subiram pela minha coluna até meu pescoço onde em um só toque desamarrou as tiras que seguravam meu vestido. Ele se afastou um pouco enquanto observava com atenção como o material fino ia caindo por meu corpo antes de me deixar-me diante dele apenas com uma pequena e fina calcinha de renda preta.
"Linda." ele sussurrou em meu ouvido enviando mil descargas através do meu corpo.
Ele voltou a atacar meus lábios, mas eu não me queixava... suas mãos acariciavam suavemente meus seios. Quando seus polegares roçaram meus mamilos já excitados e eretos, um leve gemido deixou minha garganta.
Meus dedos, desajeitados e trêmulos, foram para o seu pescoço afrouxando sua gravata e depois desabotoando um a um os botões de sua camisa. Quando ele estava na minha frente com seu tórax completamente exposto, meus lábios se aventuraram a explorá-lo e o atravessei por completo deixando um rastro de beijos e carícias molhadas com a minha língua, memorizando todas as dobras de sua pele macia.
Ele suspirava e gemia incontrolavelmente e eu adorei a sensação de ser eu quem estava desencadeando essas sensações nele.
Suas mãos, em um rápido movimento, se livraram da minha calcinha rasgando-a em duas e eu quase gritei quando seus dedos lentamente acariciaram meu sexo.
"Você está tão molhada..." Ele sussurrou em meu ouvido novamente.
Eu tive que sufocar um gemido, eu não entendia como ele podia provocar-me apenas com sua voz.
Desajeitadamente desamarrei seu cinto e suas calças, que caíram lentamente por seus quadris até seus joelhos. De uma só vez arranquei sua boxer, expondo seu membro enorme na minha frente. Minhas mãos quase automaticamente foram diretamente para ele, acariciando gentilmente a ponta. Ele jogou a cabeça para trás e suspirou profundamente quando uma de minhas mãos cercou em torno dele e o acariciou suavemente descendo por todo o seu comprimento.
Ele soltou um gemido gutural e uma de suas mãos bateu na parede ao lado da minha cabeça.
"Porra!" Ele gritou. "Chega de jogos".
Ele se abaixou e tirou uma camisinha de sua carteira. Ele a rasgou e com suas mãos colocou-a de forma muito lenta, quase demais porque seu rosto refletia a ansiedade que tinha para acabar com tudo isso de uma vez, ou talvez o que queria era começar?
Quando ele tinha colocado completamente, agarrou minha cintura e me levantou do chão. Eu gritei ligeiramente, mas minhas pernas rodearam sua cintura com firmeza. Ele beijou-me com urgência. Explorando com sua língua lugares quase desconhecidos em minha boca. Minhas mãos, enroscadas em volta do seu pescoço e seu cabelo, puxaram-no com força e necessidade contra mim.
Seus braços afrouxaram o seu aperto e o meu corpo desceu ligeiramente, em seguida notei seu membro duro na entrada do meu sexo, eu gemi contra seus lábios quando ele foi abrindo caminho dentro de mim. Lentamente todo o seu comprimento se encaixou perfeitamente no meu interior, ofeguei freneticamente em busca de ar quando seus lábios liberaram os meus.
Seus quadris começaram a se mover em um movimento rítmico que quase me fez desmaiar, suas estocadas eram fortes, mas mantidas com cuidado e precisão. Enquanto beijava meus lábios uma de suas mãos estava agarrada em minha bunda me empurrando contra ele e a outra gentilmente massageando meus seios beliscando os meus mamilos.
Ele soltou minha boca e cravou seus olhos nos meus, neles eu podia ver a necessidade e o desejo que o consumiam naquele momento. Em meu estômago pouco a pouco foi se formando uma espiral, que girava e girava, em cada investida com mais velocidade.
"Porra!" Ele gritou novamente no meu ouvido.
De repente a espiral começou a girar muito mais rápido enviando ondas de calor e prazer para cada uma das minhas terminações nervosas. Ele voltou a gemer no meu ouvido e com mais duas estocadas a espiral explodiu liberando todo o prazer contido em meu corpo.
Perdi toda a noção do tempo e espaço, suspirei, gemi, gritei... eu realmente não sei o que fiz porque minha alma deixou meu corpo naquele momento. Uma investida a mais e ele gozou e eu me deixei cair pesadamente contra seu corpo.
Sua risada musical no meu ouvido me trouxe de volta à realidade e eu olhei-o com os olhos estreitados.
"Você está bem?" Ele perguntou em um sussurro.
Concordei quase sem forças e olhando à minha volta, nos vi sentados no chão e eu descansando levemente sobre seu corpo nu. Ele me imprensou entre seus braços e beijou o meu cabelo com carinho inspirando profundamente uma vez.
"Que cheiro bom... como frésias." Ele sussurrou.
Eu não respondi, estava ocupada demais buscando ar e tentando controlar as batidas do meu coração.
Um tempo depois ele me ajudou a me vestir, fazendo o mesmo. Nós ficamos abraçados no chão, apoiando-se um no outro. Em silêncio. Alguma coisa tinha mudado e nós dois sabíamos, portanto, não eram necessárias palavras.
Finalmente depois de alguns minutos o elevador voltou a funcionar, nos colocamos de pé em seguida e quando as portas se abriram nos olhamos com um sorriso. Ele avançou primeiro girando em torno da porta aberta, sorriu torto e tirou a caneta do meu cabelo, fazendo com que eles caíssem desordenados sobre os meus ombros. Com sua mão colocou uma mecha rebelde atrás da minha orelha e meu coração começou uma dança louca.
"Assim você está mais bonita." Ele sussurrou com um olhar malicioso.
Então ele se virou e desapareceu se perdendo nos corredores. Eu olhei para o painel do elevador e eu estava no meu andar, então eu olhei rapidamente em busca de um banheiro para me arrumar um pouco.
Minutos depois eu estava na frente da mesa de uma secretária perguntando sobre a pessoa que me faria a entrevista e me desculpando mil vezes pelo meu atraso.
"Não se preocupe, o Senhor também chegou atrasado por causa do blecaute." Ela disse. "Siga-me, ele já está esperando".
Segui-a através de uma pequena sala e ela abriu uma porta.
"Senhorita Lima está aqui." Ela disse à pessoa que estava dentro daquele escritório.
Com a sua mão ela me indicou para entrar e ao fazê-lo, um par de olhos verdes me olhou com surpresa. Eu abafei um suspiro quando eu vi que o arrogante sexy me olhava maliciosamente com seu sorriso torto.
Ele negou suavemente com a cabeça e pegou o telefone que havia sobre sua mesa.
"Jéssica." Ele disse em sua voz aveludada. "Cancele o meu compromisso desta noite com a senhorita Clara, diga a ela que surgiu um imprevisto".
Ele desligou e se voltou para mim levantando-se. Ele enfiou a mão no bolso e tirou a caixa de veludo. Sem deixar de me olhar ele a deixou cair no lixo e sorriu torto outra vez.
"Agora me diga que não acredita nos sinais..." Ele sussurrou.
"Foi apenas um imprevisto." Eu respondi com um encolher de ombros.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Você não pertence a só você, sabia?
Não há nada neste mundo que pertença só a você.
Todos têm conexões com alguém mais e dividem algo através dessas conexões.
É por isso que você nunca poderá ser livre.
E também por isso que é divertido,

Triste..

E caro.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Nada é o que parece...


Engraçado como costumamos definir conceitos para "par perfeito" quando somos solteiros. Criamos o esteriótipo de alguém ideal em nossas mentes e nos baseamos nele sempre nele ao tentar engatar algum tipo de relacionamento com o sexo oposto – ou até mesmo com o mesmo sexo, se esse for o seu caso.

Eu por exemplo, em pleno meus quinze anos, no auge da adolescência e dos hormônios em plena ebulição, considerava um homem perfeito aquele que fosse fisicamente gostoso, lindo, alto, e um apetite sexual fodástico, tal qual o Brad Pitt. Perdi as contas de quantas vezes assisti seus filmes sonhando ser a mocinha da estória.

Certo dia, descobri que as coisas não são bem assim.
Alguns meses e vários encontros frustrados depois, notei que essa merda de alma-gêmea devia ser mesmo criação de alguma solteirona frustrada que nunca conseguiu ter um orgasmo na vida. Sempre que achava algum homem promissor, ele nunca tinha aquelas características principais que eu buscava em um homem. Ou era fútil, mesquinho,ciumento demais, incompreensivo com os horários de trabalho e faculdade, queria uma relação mais aberta... Enfim, nada que eu tinha pensado previamente. Foi assim, depois de tanto procurar e nunca achar que decidi ser menos exigente comigo mesma e aceitar que talvez eu não tivesse alguém esperando por mim em algum lugar e que amor verdadeiro como o de Brad Pitt e Angelina Jolie talvez fosse mais fácil de ser encontrado algumas décadas atrás, quando estrutura familiares eram mais valorizadas e que fossem baseada no amor.

Brega, eu sei.

No entanto, como a porra do ditado diz, quem rir por último rir melhor. Eu vou fechar minha boca e esperar para ver o que 2012 trás para mim!

Feliz Natal e Próspero ano novo para pessoas que assim como eu, ainda estão trás da porra da alma-gêmea!

quarta-feira, 2 de novembro de 2011



A palavra de hoje é contentamento.
Não é que eu não seja feliz pelo que tenho, pelo ao contrário, agradeço todos os dias. Mas sou humana, e como tal, nunca estou contentada apenas com isso. Não falo de dinheiro, ou coisas materiais; falo de coisas que poucos podem ter e manter. Não contento-me com meias palavras, ou meias horas. Eu sempre, sempre quero o extremo de tudo, quero ter por completo, principalmente aquilo que não posso, pois eu sei, que o que é impossível é que tem mais gosto.